domingo, 14 de junho de 2009
FICHA DE TRABALHO
Objectivos de Aprendizagem
• Entender o desenho como um meio para a representação rigorosa de formas.
• Compreender a geometria plana e a geometria no espaço como princípios
organizadores das formas.
• Compreender através da representação de formas os processos subjacentes à
percepção de volume.
• Compreender a metodologia projectual.
• Utilizar técnicas, processos e instrumentos para estimular e desenvolver a
imaginação e a criatividade.
• Usar técnicas e os processos adequados para a execução de maquetas tridimensionais.
• Compreender as relações do Homem com o espaço: proporção, escala,
movimento,ergonomia e antropometria.
sábado, 6 de junho de 2009
quarta-feira, 3 de junho de 2009
SABER PROJECTAR
Tudo se torna fácil quando se conhece o modo de proceder para alcançar a solução de algum problema, e os problemas que se nos deparam na vida são infinitos: problemas simples que parecem difíceis porque não se conhecem os problemas que se mostram impossíveis de resolver.
Se se aprender a enfrentar pequenos problemas pode-se pensar também em resolver problemas maiores.
O método projectual não muda muito, apenas mudam as áreas: em vez de resolver o problema sozinho, é necessário no caso de um grande projecto aumentar o número dos especialistas e dos colaboradores; e adaptar o método à nova situação.
in Das Coisas Nascem Coisas, Bruno Munari
METODOLOGIA PROJECTUAL
Projectar um arroz verde ou uma panela para cozer o mesmo arroz, exige a utilização de um método que ajude a resolver o problema. O importante é, nos dois casos referidos, que as operações necessárias sejam realizadas segundo a ordem ditada pela experiência. Não se pode, no caso do arroz, pôr o arroz, pôr o arroz na panela sem ter posto primeiro a água; ou aloirar o presunto e a cebloa depois de se ter cozido o arroz, ou cozer arroz, cebola e espinafres em conjunto. O projecto num caso destes frustrar-se-á e tem de deitar-se tudo fora. Também no campo do design não se deve projectar sem um método, pensar de forma artística procurando logo a solução, sem se ter feito uma pesquisa para se documentar acerca do que já foi feito de smelhante ao que se quer projectar; sem saber que materiais utilizar para a construção, sem ter precisado bem a sua exacta função.
Há pessoas que, perante o facto de terem de observar regras para fazer um projecto, se sentem bloqueadas nas sua criatividade. Onde vai parar a personalidade? perguntam. Estamos a ficar todos doidos? Todos uns robots? Todos nivelados, todos iguais? E recomeçam a partir do zero a refazer a experiência necessária para projectar bem. Terão de fazer muitos esforços para compreender que certas coisas são feitas antes e outras depois. Desperdiçarão muito tempo a corrigir erros que não teriam cometido se tivessem seguido um método experimental já experimentado.
Criatividade não significa improvisação sem método: dessa maneira apenas se faz confusão e se cria nos jovens a ilusão de se sentirem artistas livres e independentes. A série de operações do método projectual é feita de valores objectivos que se tornam instrumentos de trabalho nas mãos do projectista criativo. Como se reconhecem os valores objectivos? São valores reconhecidos por todos como tal. Por exemplo se eu afirmar que misturando amarelo-limão com azul-turquesa se obtém um verde, quer se use têmpera, óleo, acrílicos, ou pastéis, estou a afoirmar um valor objectivo. Não se pode dizer: para mim o verde obtém-se misturando o vermelho com o castanho. Num caso destes consegue-se um vermelho sujo, em certos casos um teimoso dirá que para ele isso é um verde, mas será apenas para ele e para mais ninguém.
O método projectual para o designer não é nada de absoluto nem definitivo; é algo que se pode modificar se encontrarem outros valores objectivos que melhorem o processo. E isto liga-se à criatividade do projectista que ao aplicar o método, pode descobrir algo para o melhorar. Portanto as regras do método não bloqueiam a personalidade do projectista mas, pelo contrário, estimulam-no a descobrir coisas que, eventualmente, poderão ser úteis também aos outros. Infelizmente um modo de projectar muito difundido nas nossas escolas é o de incitar os alunos a encontrarem ideias novas, como se devessem inventar tudo desde o princípio todos os dias. Desta maneira não se ajudam os jovens a ter uma disciplina profissional e orientam-se em direcções erradas, pelo que quando tiverem acabado o curso irão ter grandes dificuldades no trabalho que tiverem escolhido.
É por isso bom fazer uma distinção imediata entre o projectista profissional, que tem um método projectual, graças ao qual o seu trabalho é realizado com precisão e segurança, sem perda de tempo; e o projectista romântico que tem uma ideia “genial” e que procura forçar a técnica a realizar algo de extremamente dificultoso, dispendioso e pouco prático mas belo. Deixemos pois de parte este segundo tipo de projectista que, para além de tudo, não aceita conselhos e ajuda de ninguém! E ocupemo-nos do método profissional de projectar do designer.
in Das Coisas Nascem Coisas, Bruno Munari
terça-feira, 2 de junho de 2009
TEMPOS MODERNOS - CHARLIE CHAPLIN
Charlie Chaplin num dos momentos de maior relevo da tragicomédia alusiva à dureza do trabalho em cadeia.
TÍTULO DO FILME: TEMPOS MODERNOS (Modern Times, EUA 1936)
DIREÇÃO: Charles ChaplinELENCO: Charles Chaplin, Paulette Goddard, 87 min. preto e branco
RESUMO
Trata-se do último filme mudo de Chaplin, que focaliza a vida urbana nos Estados Unidos nos anos 30, imediatamente após a crise de 1929, quando a depressão atingiu toda sociedade norte-americana, levando grande parte da população ao desemprego e à fome.A figura central do filme é Carlitos, o personagem clássico de Chaplin, que ao conseguir emprego numa grande indústria, transforma-se em líder grevista conhecendo uma jovem, por quem se apaixona. O filme focaliza a vida do na sociedade industrial caracterizada pela produção com base no sistema de linha de montagem e especialização do trabalho. É uma crítica à "modernidade" e ao capitalismo representado pelo modelo de industrialização, onde o operário é engolido pelo poder do capital e perseguido por suas idéias "subversivas".Na Segunda parte o filme trata das desigualdades entre a vida dos pobres e das camadas mais abastadas, sem representar contudo, diferenças nas perspectivas de vida de cada grupo. Mostra ainda que a mesma sociedade capitalista que explora o proletariado, alimenta todo conforto e diversão para burguesia. Cenas como a que Carlitos e a menina órfã conversam no jardim de uma casa, ou aquela em que Carlitos e sua namorada encontram-se numa loja de departamento, ilustram bem essas questões.Se inicialmente o lançamento do filme chegou a dar prejuízo, mais tarde tornou-se um clássico na história do cinema. Chegou a ser proibido na Alemanha de Hilter e na Itália de Mussolini por ser considerado "socialista". Aliás, nesse aspecto Chaplin foi boicotado também em seu próprio país na época do "macartismo".Juntamente com O Garoto e O Grande Ditador, Tempos Modernos está entre os filmes mais conhecidos do actor e diretor Charles Chaplin, sendo considerado um marco na história do cinema.
PLAY TIME - JAQUES TATI
Segundo Jean-Luc Godard, Jacques Tati procura problemas onde eles não existem, e os encontra. Tati explora e revela os absurdos da assim chamada “normalidade” que, entretanto, de normal nada possui, uma vez que quaisquer relacionamentos entre os homens e, por conseguinte, destes com o mundo que os cerca, estão pautados sobre modelos pré-estabelecidos de comportamento pessoal e de percepção dos objetos e dos acontecimentos que se exibem para serem apreciados, garantindo a continuação do processo civilizatório ocidental baseado no racionalismo, o qual se manifesta, ao longo do século XX, sobretudo através do império tecnológico e da nova organização das forças produtivas. Em Meu Tio, por exemplo, o cineasta ridiculariza a casa futurista dos Arpel – onde “tudo se comunica” (segundo o bordão publicitário proferido pela irmã de Hulot), mas em que, paradoxalmente, não há comunicação entre os membros da família – ao contrapô-la à vida nostálgica da vila onde mora o atrapalhado protagonista, enquanto em Playtime o “refúgio” de Mr. Hulot desaparece por completo, restando apenas a cidade sistematizada e controlada, cujos ambientes são todos iguais, cujos passantes (degenerações do flaneur baudelairiano, feito mero turista) comportam-se todos da mesma maneira.
Playtime, tempo de divertir, tempo de brincar